A participação da Professora Ma. Verônica
Maria Silva dos Santos mostrou duas realidades importantes que podem
contribuir para nosso trabalho no PIBID.
Uma primeira realidade aparece nas linhas e nas
entrelinhas da sua fala e mostram o cenário crítico que, no geral, as escolas
estão enfrentando ao se engajarem na modalidade remota de ensino: dificuldades
de conexão e de acesso aos dispositivos adequados à modalidade remota
(problemas de natureza socioeconômica dos alunos e professores); dificuldades
dos alunos que vêm da zona rural; despreparo pedagógico, problemas de gestão,
entre outros. A palestrante situa seu trabalho na escola em Coruripe dentro
desse contexto de dificuldades. Ela, porém, nos apresenta uma segunda
realidade. Nessa segunda, deparamo-nos com a atitude responsiva dela, como
professora, e da escola, como instituição, comprometidos lidando com a situação
nova da pandemia. Não são atitudes passivas; ao contrário: o que podemos fazer
para trazer soluções? Para aliviar a tensão? A escola tem até usado a bicicleta
como meio de transporte para alcançar alunos que vivem em lugares mais
afastados.
Nesse “novo” cenário de aulas remotas, vêm a
proposta pedagógica da professora. Ela mostrou uma metonímia do trabalho que
foi feito e pudemos ver vários tipos de produções: as que deram certo, e outras
que nem tanto. O que chama a atenção é o que está nos bastidores do produto
final de cada proposta. Não se trata de regras de gêneros de texto, mas de uma
concepção de língua/linguagem, de ser humano, de ser humano no contexto de
pandemia; de abordagem teórico-metodológica para o trabalho com os letramentos
e assim por diante. Esse é o ponto central que está na base das produções.
Vale ressaltar a discussão desencadeada sobre
que tipo de “texto”, suporte digital”, “rede social” usar. Refletimos que não
se trata de escolher os que estão na “moda”; porque o que está na “moda” está
posto por critérios não científicos. Os critérios da “moda” são de outra ordem
e normalmente são de interesses econômicos. Temos que olhar para a natureza de
cada suporte dentro do fluxo da comunicação e sempre a partir da crítica
científica.
Por fim, também foi interessante reparar nos
comentários avaliativos e nas perguntas realizadas pelos nossos supervisores,
bolsistas e convidados. Quando a proposta é boa, o envolvimento é bom. Está aí
um bom termômetro para nossas aulas.