Diário Reflexivo 1ª
REUNIÃO com Supervisores
Primeira reunião de
coordenadores e supervisoras do PIBID/UFAL Língua Portuguesa.
Iniciamos a reunião nos apresentando e conversando sobre nossas vidas durante a pandemia. Foi um momento muito gostoso e importante, porque pudemos falar e ouvir de maneira mais informal sobre nossas dores e sobre as dores de quem conhecemos. Isso nos faz lembrar de que a educação, antes de mais nada, é para alunos, professores e demais envolvidos, enfim: seres humanos. Passamos para as apresentações do projeto PIBID e das escolas. O ponto central desse ponto girou em torno dos relatos das supervisoras sobre a realidade de suas escolas no novo contexto de pandemia. Os três relatos confirmam em maior ou menor medida o discurso recorrente em circulação sobre as experiências no ensino remoto na educação básica não só no Brasil como no mundo. Alguns dos maiores problemas: falta de conexão e dispositivos para os alunos e professores (muitos casos apontam para a realidade de um celular por família. Chama a atenção o esforço de alguns pais em ajudar os filhos a estudarem); falta de apoio pedagógico adequado ao corpo docente; evasão escolar mais acentuada; desorganização na gestão escolar, entre outros. Embora previsível, ficamos espantados em ouvir que alguns alunos aproveitaram o espaço vazio antes ocupado pelas aulas presenciais na escola para se engajaram no trabalho informal. Boaventura de Sousa Santos (2020) em A cruel pedagogia do vírus –– obra escrita pelo autor no formato e-book no momento em que o novo coronavírus fazia de alguns países da Europa Ocidental o epicentro do problema, –– inicia suas reflexões propondo como debate a discussão sobre o sentido de normalidade das instituições em tempos de pandemia.
Para Sousa Santos, a sociedade neoliberal, cada vez mais sujeita à
lógica capitalista, já vive em um constante estado de crise e dessa
instabilidade permanente tem justificado seus objetivos: “legitimar a
escandalosa concentração de riqueza e boicotar medidas eficazes para impedir a
iminente catástrofe ecológica.” (SOUSA-SANTOS, 2020, p.6). A situação de
excepcionalidade provocada pelo vírus seria assim a anomalia sobre a
anomalia. A partir disso ficou então a
pergunta-provocativa para nós coordenadores e supervisores: como era a situação
escolar, nos seus vários aspectos, antes da pandemia? Será que a situação era
assim tão melhor que a atual? Ou a “ilusão” de normalidade fechava nossos olhos
para realidades críticas que já estavam ali? Terminamos nossa reunião com esse
questionamento.
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